Guerra na Síria: Ditadura Assad chega ao fim, mas futuro do país é incerto

A queda do regime Assad marca o fim de 50 anos de ditadura na Síria. O grupo HTS assume o controle, mas fragmentação interna e incertezas sobre governança desafiam a transição.
Imagem: Reuters via BBC

Após 13 anos de guerra civil e cinco décadas de ditadura da família Assad, a Síria entra em uma nova fase de incertezas. No último domingo (8), o grupo islamista Hayat Tahrir al Sham (HTS), associado à Al-Qaeda, tomou o controle da capital Damasco, forçando Bashar al-Assad a fugir do país em uma ofensiva relâmpago.

Fim de um regime, início de um desafio

A queda do regime Assad foi celebrada nas ruas de Damasco, onde milhares de pessoas comemoraram o fim do governo autoritário que controlava o país desde 1970. Refugiados sírios em várias capitais europeias também foram às ruas festejar o momento histórico.

Entretanto, a transição de poder na Síria traz mais perguntas do que respostas. O líder do HTS, Mohammed al-Golani, que discursou em uma mesquita de Damasco, declarou que protegerá as minorias religiosas e garantiu que o atual premiê, Mohammed Ghazi al-Jalali, permanecerá no cargo até que a transição seja concluída. No entanto, nenhuma menção foi feita sobre eleições ou um eventual governo inclusivo.

Fragmentação interna é obstáculo

A Síria, mesmo antes da queda de Assad, era marcada por uma profunda fragmentação. Regiões do país estavam sob controle de diferentes grupos rebeldes ou forças estrangeiras, além da oposição no exílio, que agora pode reivindicar espaço no governo. Essa divisão representa um dos maiores desafios para a construção de um regime democrático.

Além disso, o HTS, que liderou a ofensiva, é visto com desconfiança pela comunidade internacional. Reconhecido como um grupo terrorista pelos Estados Unidos, seu líder, Mohammed al-Golani, tem uma recompensa de US$ 10 milhões por informações que levem à sua captura.

Reações internacionais: esperança e cautela

O Ocidente recebeu a queda de Assad com alívio, mas também com cautela. O presidente dos EUA, Joe Biden, declarou:
“Até que enfim, o regime de Assad acabou. Este é um momento de riscos e incertezas.”

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou que a mudança oferece oportunidades, mas alertou para os desafios da transição.

Analistas compartilham da mesma visão. Haid Haid, do instituto Chatham House, afirmou:
“Há a possibilidade de que o que vem a seguir seja melhor do que hoje, mas também há riscos de retrocesso.”

O futuro da Síria

A reconstrução da Síria dependerá de negociações internas e do apoio internacional. Com a Rússia e o Irã, principais aliados de Assad, enfraquecidos, a queda do regime se deu em apenas duas semanas. Agora, o desafio é evitar que o vazio de poder transforme o país em um território ainda mais instável.

Orientações para brasileiros

O Itamaraty reforçou recomendações aos cidadãos brasileiros na Síria:

  • Evitar viagens ao país;
  • Para quem está no território, buscar saída por meios próprios;
  • Adotar medidas de segurança locais e evitar protestos.

O plantão consular segue disponível para emergências pelo WhatsApp: +55 61 98260-0610.

A transição de poder na Síria marca o fim de uma era, mas o início de uma fase repleta de incertezas. O mundo agora acompanha os próximos passos desse processo histórico.


Fonte: G1 (Globo)


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