Na última segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tomou uma decisão polêmica ao conceder um perdão presidencial ao filho Hunter Biden, libertando-o de três condenações relacionadas com posse de armas e ocultação de consumo de drogas. A medida, que surpreendeu muitos, foi justificada por Biden como um ato necessário para corrigir o que ele considera um julgamento injusto e politicamente motivado contra seu filho.
Em um comunicado divulgado pela Casa Branca, o presidente afirmou que manteve sua promessa de não interferir nas decisões do Departamento de Justiça, mesmo quando testemunhou uma perseguição “seletiva e injusta” contra Hunter. “Nenhuma pessoa razoável que olhe para os fatos pode tirar outra conclusão além de que foi visado por ser meu filho”, declarou Biden, acusando os opositores políticos no Congresso de instigar as acusações.
Hunter Biden, de 54 anos, enfrentava acusações de mentir sobre o consumo de drogas ao comprar uma arma de fogo em 2018, durante um período em que ele estava lutando contra um vício em crack. Nos Estados Unidos, a lei proíbe a compra de armas por pessoas que consomem substâncias como a droga mencionada. Além disso, Hunter também se declarou culpado em setembro deste ano por acusações fiscais, ligadas ao não pagamento de impostos.
A medida presidencial ocorre em um momento crítico, com Hunter sendo esperado para receber sua sentença de posse de armas em 12 de dezembro, e a sentença do processo fiscal marcada para 16 de dezembro. As acusações poderiam resultar em penas de prisão severas, incluindo até 17 anos de prisão por infrações fiscais e 25 anos por posse ilegal de arma.
Joe Biden, em sua defesa, afirmou que sua decisão de conceder o perdão é uma resposta ao que considera ser um esforço para “quebrar” seu filho. “Hunter está sóbrio há cinco anos e meio, mesmo diante de implacáveis ataques e um julgamento seletivo”, escreveu o presidente. Ele também afirmou que a política contaminou o processo judicial, levando à distorção da justiça.
Reação de Hunter e Críticas de Trump
Hunter Biden, por sua vez, se comprometeu a não “tomar como certa a clemência” concedida, afirmando que dedicará o restante de sua vida a ajudar aqueles que continuam a sofrer com o vício. “Admiti e tomei a responsabilidade pelos meus erros durante os dias mais negros da minha adição, erros que foram explorados para humilhar publicamente a minha família e envergonhar-me”, declarou em seu comunicado.
A decisão de Joe Biden gerou reações intensas, inclusive do ex-presidente Donald Trump, que chamou o perdão de “abuso de justiça”. Trump, que utilizou a prerrogativa presidencial para perdoar outros aliados durante seu mandato, como Charles Kushner, pai de seu genro Jared Kushner, expressou seu descontentamento com a decisão de Biden.
O perdão presidencial de Hunter Biden levanta questões sobre os limites do poder executivo e a influência da política nas decisões judiciais. Enquanto muitos o veem como um ato de paternidade, outros o consideram uma forma de intervenção indevida na justiça.
Fonte: RPT Noticias
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