O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou, nesta semana, o primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) no sistema de avicultura comercial do Brasil. O foco foi identificado em um matrizeiro de aves no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A confirmação da doença acendeu o alerta nas autoridades sanitárias e provocou reações imediatas no mercado internacional: China, União Europeia e Argentina suspenderam as importações de carne de frango brasileira por, inicialmente, 60 dias. Apesar de o foco ser regional, os bloqueios comerciais abrangem todo o território nacional, conforme previsto em acordos com os países compradores.
Em nota oficial, o governo federal afirmou que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango nem de ovos. Os produtos inspecionados continuam seguros para o consumo, e o risco de infecção humana é considerado baixo, ocorrendo geralmente apenas em pessoas que mantêm contato direto e intenso com aves infectadas, vivas ou mortas — como tratadores, funcionários de granjas e veterinários.
A gripe aviária é causada por vírus influenza originários de aves, como o H5N1, que também podem atingir outros animais, incluindo mamíferos. A principal forma de entrada do vírus em um país é por meio de aves migratórias. A transmissão para humanos, embora rara, pode acontecer por contato direto com animais contaminados ou superfícies infectadas, principalmente durante o manuseio ou preparo de aves para o consumo.
Casos em humanos podem ser leves ou graves, com sintomas como febre, tosse, conjuntivite, problemas gastrointestinais e respiratórios. Em quadros mais sérios, é recomendada a administração de antivirais. A taxa de mortalidade em humanos chega a 50% nos registros históricos da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora os casos ainda sejam considerados esporádicos.
Apesar da preocupação, a OMS reforça que carnes e ovos provenientes de aves saudáveis e devidamente cozidos são seguros. A recomendação é evitar o consumo de carnes cruas ou malpassadas, além de manter boas práticas de higiene alimentar. Produtos lácteos feitos com leite pasteurizado também são considerados seguros, embora amostras de leite cru contaminado tenham sido detectadas em investigações nos Estados Unidos.
A gripe aviária também pode afetar gatos, especialmente aqueles que tenham contato com aves doentes ou comam carne crua infectada. No entanto, o risco de transmissão entre gatos e humanos é considerado muito baixo. A OMS alerta para a importância da vigilância e da detecção precoce da doença, tanto em aves quanto em mamíferos, como forma de conter o avanço da infecção e evitar mutações que possam facilitar a transmissão entre humanos.
No Brasil, a orientação das autoridades é para que produtores reforcem a biossegurança em granjas, evitando qualquer tipo de contato entre aves domésticas e selvagens. A rápida notificação de sintomas suspeitos às autoridades veterinárias é essencial para a contenção de novos focos.
A influenza aviária exige atenção, mas não pânico. Com medidas adequadas de higiene, cozimento correto dos alimentos e vigilância sanitária eficaz, os riscos podem ser controlados. A população deve continuar atenta às orientações oficiais e evitar qualquer contato com aves doentes ou mortas.
Fonte: Agência Brasil
Para mais informações e outras novidades de Osasco, siga o @osasconews_oficial no Instagram e fique sempre atualizado!